A maior parte dos alunos do idioma estrangeiro expressa a vontade de aprender a “pensar” no idioma que está estudando. Muitos até reportam que chegam a sonhar que estão no exterior falando o idioma fluentemente em alguma situação. Esse é o objetivo final e possível de ser atingido.

Com esse objetivo em mente, é bastante comum considerar a tradução de conteúdos como algo indesejado durante as aulas, visto que impede o aluno de tentar raciocinar no novo idioma.

De fato, a tradução, como método de ensino, não possui sustentação na ciência linguística desenvolvida nas últimas décadas, pois se for utilizada sozinha impede o cérebro de formar novas conexões cognitivas que possibilitam a comunicação no novo idioma.

Mas, se a tradução for utilizada apenas como ferramenta, ou seja, como um suporte, com certeza o aluno iniciante sentirá mais segurança para continuar o aprendizado e terá um tempo necessário para ir se acostumando ao uso do idioma estrangeiro em sua comunicação, tanto oral quanto escrita.

A tradução permite ao aluno comparar a língua estrangeira com a língua materna, suprindo muitas vezes uma deficiência no conhecimento forma da sua própria língua.

É nesse sentido que a tradução pode e deve ser utilizada durante o ensino da língua estrangeira. Quando se trata apenas de uma ferramenta para facilitar o aprendizado e não como um método em si mesmo. Algumas outras ferramentas são o uso de imagens, músicas, filmes, podcasts, e assim por diante.

À medida que o aluno for adquirindo segurança para expressar-se na língua estrangeira, a tradução deve ser minimizada gradativamente, pois não terá mais utilidade alguma no processo de internalização do novo idioma.

Espera-se que o aluno tenha autonomia na comunicação ao final do nível intermediário. Ao chegar no avançado já deverá estar com estratégias próprias para comunicar-se no novo idioma, em situações mais complexas.